terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A lista continua inacabada, com milhares de frases pedindo urgência,
Tantas coisas precisam ser feitas antes dos trinta, e o ano, apressado, já esta virando a esquina mais uma vez.
Abandonando com desleixo, a velha lista e eu.
Mais uma vez o sol se transformou em sombra e eu ainda nem terminei de lhe cheirar. Nem quero, seu cheiro precisará desgrudar do meu nariz sozinho, mais cedo ou mais tarde. (O quão tarde eu posso suportar?).
A cadeira do bar estará vazia para sempre, e os fones permaneceram esquecidos na gaveta. O que acontecerá com as plantas do meu jardim? Alguém virá molhá-las por mim? As lagrimas de alguém molharam as minhas plantinhas?
E o furão doente? Eu bem que podia levá-lo comigo, apenas ele.
Mas não, estou decidida a fazer isto direito, mais um ano se acaba e é hora de fechar a casa e a minha vida.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Nasceram juntas, frutos do amor avassalador da deusa Ianã pelo sedutor Deus Iuaranã.
Cresceram e tornaram-se duas lindas mulheres. Deusas Eva e Bianca.
Eva era grande, exuberante, tinha olhos sedutores e cabelos escuros como a noite. Vários se perderam naquelas madeixas, cegos pela negrutide da sua beleza.
Bianca era de estatura normal, cachos ruivos caindo pelos ombros, olhos de pura meiguice. Fisicamente não era a mais bonita, mas iluminava o ambiente quando entrava, virava cabeças ao rebolar seu quadril, pisando devagar e sempre sorrindo.
Amavam-se como somente os deuses podem amar, de maneira letal, um amor que dói e sangra.
Mas no final da adolescência, tomaram rumos diferentes.
Eva galgou degraus na sociedade, casou-se com importante rei, tinha criados e era admirada por toda a corte, teve um filho lindo, mas queria mais.
Queria que o sol nascesse somente na sua janela. Que o perfume das flores fosse dedicado apenas á ela. Amava as coisas, sempre queria jóias, roupas, tudo exclusivo, caro e ostentador. Tudo que uma deusa precisava ter.
Bianca continuou na floresta, andava com duendes e fadas, seu passo tornou-se ainda mais leve, alguns passaram a acreditar que ela flutuava.
Amava o sol e ele a amava ainda mais. Sabiam que jamais poderiam concretizar este amor, mas ela passava longas tardes na areia da praia, os olhos fechados, sentindo seu amor aquecer seu corpo, beijar sua pele.
Sua Irmã que morava na corte, quis saber por que seus criados ainda não haviam trazido o sol para nascer em sua janela todas as manhãs conforme havia ordenado. Ela sempre teve tudo que quis, seu marido que era um homem bom, mas pouco firme, nunca deixou de realizar nenhum dos seus desejos e ela estava preocupada com esta demora.
Sentia-se velha, todo encontro com o espelho revelava o pior: sua pele mais branca, sempre um pouco mais flácida, seu rosto cada dia com menos brilho.
Acreditava que sua beleza era a chave da sua superioridade e que sem ela, já não conseguiria tudo que precisava, temia pelo dia que lhe negassem o primeiro desejo. Seria como morrer. Sem beleza, não havia porque insistir.
Resolveu ir pessoalmente checar o que acontecia para tanta demora. Procurou seus criados que informaram que o sol andava ocupado, brilhando em uma praia ao sul, uma pequena ilha habitada por linda Deusa. Pediu que a levassem até lá e ficou surpresa ao reconhecer o lugar, era seu antigo lar, há muito tempo deixado pra trás e esquecido até mesmos nas lembranças.
Muita coisa havia mudado, as flores eram muito mais lindas e o perfume que exalavam, estonteante, os duendes e fadas nunca haviam estado tão alegres e os animais mais radiantes, havia uma áurea de amor envolvendo toda a ilha. E Eva já não lembrava como era amar, sentiu pequena, gasta demais.
Aquela floresta inundada de amor começou a lhe incomodar e buscando por ar puro, correu pra praia.
Quando viu Bianca deitada na areia com lindos raios á lhe beijarem o corpo: paralisou, tremeu e em seguida explodiu em cores, risos e gemidos.
Amor de Deusa é daqueles fortes, que dói e sangra.
Nunca houve competição, então porque você não aposta logo todas as suas fichas?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Denny

Dino diz: O phoda Elo, é que é muita gente boa indo embora ao mesmo tempo!
Elo diz: Talvez Deus esteja precisando de muitos ajuda no céu.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

É noite e o frio não arrepia a minha espinha, apenas a sua falta

Essa noite você visitou meus sonhos
Veio dizer que seria possível
Que ninguém sangraria no final
Eu acordei tranqüila, mas chorei baixinho
Pelo tempo que não nos permitimos ter
Pela sua pele que não grudou na minha
Pelas nossas almas que continuam soltas
e que somente nos meus sonhos, se beijam.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Morando Sozinha I

Aquela garrafa insiste em me desejar
Me olha fundo nos olhos toda vez que eu abro a geladeira
E eu tremo só de imaginar o dia que ela irá pular no meu colo
Encharcar minha roupa e declarar juras de amor

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

E ela sabe que ele está se afastando
Ele costuma chegar as onze, já se passaram 45 minutos
Ela teme que ele não venha mais
E assim terá que aceitar o que já previa
Terá que conviver com a casa mais branca
Com o furo na cama e no peito.

Sai do quarto e para em frente ao armário da TV
É ali que ficam as garrafas
Abre duas e mistura os líquidos na boca,
Como se assim também pudesse fundir os seus destinos

Dois gostos diferentes, que se juntam quando batem na garganta
Duas almas diferentes, Uma ácida e a outra leve,
Que se fundiram tantas vezes dentro daquelas paredes brancas
O amor é confuso demais

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Pra não morrer de tédio

É como transpor a mureta e poder voar.
Ver seu corpo cair e não ligar.
Saber que o que te segura não é o corpo,
E quando o pensamento abandona
Nada resta, somente você, nu, frio e torto

É olhar dentro de seus próprios olhos, pra fazê-lo tremer
É desse jeito que o meu destino eu quero tecer
E por mais que finja
Por dentro eu fujo
E me refugio em meu mundo
Eu ando descalço, e bebo de meu próprio veneno
apenas para tentar não morrer vivendo.

sábado, 14 de novembro de 2009

Ana repousa ao meu lado
Mas eu não tenho inspiração para escrever
O Manoel me diz para continuar, entortar
Eu não vejo motivos
As palavras me abandonaram
Assim como o amor
Tudo ficou fosco e eu mesma quis assim
Abandonei o azul por medo
O amarelo por inveja
E o verde fugiu quando percebeu a minha loucura
O amor bebe cerveja na segunda
Á esperar pela quarta-feira
Eu tomo uns tragos no copa
E adio.

Madrugada

Eram 3 da manhã e eu não podia mais esperar
Calcei os sapatos e lhe olhei pela última vez
Um sorriso surgiu e foi abraçar as lágrimas
que insistiam em rolar rosto abaixo.
Ao fechar a porta, um pequeno embrulho ficou no chão
Eu estou lhe devolvendo todo o seu amor por mim.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

É sexta-feira,
E há vida lá fora.
Será?

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

hakuna matata

hakuna matata - (Texto publicado na Revista Make up 3º edição)

Hakuna matata é filosofia de desenho infantil, porém seria ótimo se muitos adultos prestassem atenção em nossos sábios amiguinhos Timão e Pumba.
Não que eu ache que devemos todos esquecer os problemas, como sugeri a musica, mas não devemos dar a eles maior importância do que devem ter, e principalmente, não devemos criá-los.
Hakuna matata aparece então como uma versão moderna do "carpe diem", vivamos a vida leve, simples e plena.
É obvio que nunca teremos tudo que queremos, até porque este nosso mundinho capitalista nos faz querer ter cada vez mais coisas, é também obvio que problemas em nossas vidas sempre irão existir. E então se não tentarmos hakuma matatizar as coisas ficaremos um tanto quanto frustrados, correto?
O que importa é dar valor as coisas que são realmente importante; e já dizia a cativante raposa, amiga do pequeno príncipe: “O essencial é invisível aos olhos” então, assim sendo, deveríamos fechar os olhos para tudo que grita nossa atenção o dia inteiro e deixar que nosso coração nos mostre o que é essencial.
E isto não é uma tarefa árdua ou difícil, estamos apenas um pouco enferrujados, pois nossas obrigações de adultos tendem a nos cegar do que realmente é essencial para nossos corações.
Para desenferrujar, experimente observar uma criança, notaras que ao ser contrariada, a criança irá ficar chateada, provavelmente irá chorar e extravasar seus sentimentos, porem logo em seguida ela perceberá outras coisas que estão ao seu redor, pode ser um senhor simpático que passou por ela e fez careta, pode ser uma borboleta que pousou ali por perto ou uma nuvem no céu que se parece com um cachorro. O fato é que talvez devamos ser mais crianças, desviar a atenção e reanimar. Tombos todos nós teremos, erros todos nós cometeremos, mas teremos também a forca para continuar a caminhada, olhando para o alto e observando as nuvens em formas de cachorro, nos permitindo admirar a borboleta que pousou por perto e sem deixar passar despercebido a careta do senhor simpático.
É só isso, simples assim, basta treinar. HAKUNA MATATA

Não respirar você

É muito triste que eu não more no litoral, pois assim, sentindo a salina no rosto e a brisa do beijo de poseidon, poderia deixar de respirar você.
Poderia tirar o salto e andar pela areia macia, sentir o abraço de minha mãe Iemanjá a cada onda se aproximando e meu peito se esvaziaria de você.
É difícil para uma filha das águas viver em uma cidade cinza e concretada, uma cidade onde, ou se respira amor ou se respira asfalto e por falta de opção me vejo obrigada a continuar respirando você
É difícil para alguém que precisa da solidão e da calmaria, conviver com almas conturbadas que me comprimam para dentro de mim, cada vez mais...
E então quando surge você e a calmaria se faz presente em seus braços fortes, não consigo resistir ao abraço e volto a respirar você.
É uma doce armadilha, um caminho dúbio, onde inexplicavelmente encontro a paz em meio ao caos.
A linha entre o amor e o ódio nunca foi tão tênue, tão frágil e quebradiça, e eu nunca me segurei tão fortemente nela quanto agora o faço.
O medo de ficar ao seu lado é grande, pois ainda carrego as feridas abertas e ainda vejo as feridas que causei, mas o medo de seguir sozinha, de ser cinza em uma cidade cinza também se faz presente, e deve ser isso o que me prende hipnótica a respirar você.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Apenas mais uma estação

Ás vezes ainda sinto o cheiro de seu perfume
Como se um mar de você invadisse o meu ser
Embriago-me de sensações que nunca senti
e tenho medo de perder
O tempo, descalço, pisa suave pelo chão frio
Espia pela janela, e suspira alto
No fundo tem pena de mim
Hoje somente os cheiros me visitam
Sinto saudades do último verão
Quando sua carne me fazia companhia
e o tempo corria livre e sem roupas.

sábado, 24 de outubro de 2009

Kitinete

Eu moro sozinha e divido a cama com a morte
Ela me visita todas as noites e ao amanhacer
vai embora com um pedacinho de mim.

Pequeno

As gotinhas escorrem lentamente
cada uma que cai
é um pouco da vida do meu pequeno que me deixa
A chuva insiste na janela
tenho certeza que Deus chora comigo
Minhas lágrimas não conseguiriam sozinhas
chorar tamanha dor.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Ela mora comigo agora
e dorme em cima do túmulo do irmão
me olha nos olhos, e pisca
Em suas asas voam os meus sonhos
E no seu ninho dorme a minha paz.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A letra

A letra deforma as palavras, por isso digitar torna-se mais fácil, é mais claro sem a alma querendo transpor a ponta da caneta.
Se escrever é tentar diminuir a febre de sentir, escrever de próprio punho é aumentá-la, é sentir ainda mais.
É ao ver a letra torta refletir a alma confusa, fazer o braço correr febrilmente na pressa de expressar, na tentativa de fazer passar, de parar o sentimento.

Eloisa Eckhoff

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Apenas Ela

Nasceu em fúria e viveu no furacão
Ela nunca habitou este mundo, ela o criou
Quando as primeiras cercas a trancaram
Ela as atravessou sem medo
Quando a estaca final a ameaçou
Ela lançou-se contra
Rompeu fronteiras e voou.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Simplifique

Experimente o sabor da vida
Simplifique
Permita-se comemorar suas pequenas vitórias
Desacelere
Sustente suas decisões
Importe-se
Pense com a cabeça, aja com o coração
Aproveite
Chore, ria, sinta cada emoção por inteiro.

Eloisa Regina Eckhoff

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Malas mortas

As suas coisas estão amontoadas na porta
Meu coração deve estar perdido em alguma dessas caixas
Pois desde que soube de tudo nada mais sinto
Primeiro achei que fosse efeito da tequila
Mas após vomitar toda a nossa vida
Me sinto vazia
Com uma leveza incomoda
Algo que arde e não preenche

Entao é melhor acabar logo com isso
Pegue suas coisas e suma daqui
Leve suas palavras fáceis
Os dias felizes e a intenção de algo eterno

Deixe-me por aqui
Com os cacos do vidro do porta retrato
Com os fragmentos da alma espalhados pela sala.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Vida Âncora

E procurando por portos seguros
Adoto padrões, manias e complexos
Tudo para acrescentar peso á minha vida âncora
E afundar em águas claras e rasas

E ancorada fico
De longe vejo os dias se transformarem em semanas,
Respingos de vida que às vezes me atingem
E agradeço a paz, a solidão e até mesmo a monotonia

Mas isto é hoje, agora, apenas por alguns dias, talvez meses,
Até que sinta novamente a vontade de içar velas
De te convidar para navegar-me.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A dor

E o mundo para
Tudo fica suspenso no ar
Nem as lagrimas ousam rolar rosto abaixo
O coração não ousa bater.
E então, em um estalo
Tudo desaba
Há gritos desesperados
E seu coração volta a bater forte
Muito acelerado
É a dor que passa cortando tudo.

Eloisa Regina Eckhoff

A dor

E o mundo para
Tudo fica suspenso no ar
Nem as lagrimas ousam rolar rosto abaixo
O coração não ousa bater.
E então, em um estalo
Tudo desaba
Há gritos desesperados
E seu coração volta a bater forte
Muito acelerado
É a dor que passa cortando tudo.

Eloisa Regina Eckhoff

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Silêncio

O silêncio é o abrigo dos sábios e o esconderijo dos tolos.
Eloisa Eckhoff

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Pra mim o amor se esconde em qualquer um, qualquer ser e eu relevo mil defeitos acreditando valer a pena para viver aquela historia de amor...
E por um tempo eu construo e moro dentro do castelo de areia.. mas na primeira ressaca tudo voa.. e eu me vejo sozinha, com os olhos irritados pelo vento, o corpo gelado e o coração cada vez mais partido..
Aquela phoenix q sempre ressurge das cinzas, renasce cada vez menos esbelta, mais temerosa e desconfiada...
E temo o dia que ela não mais renascera... e daí serão apenas lembranças e cinzas..

Eloisa Eckhoff

terça-feira, 7 de julho de 2009

Verão gelado

Olhe pra mim,
Olhe bem pra mim,
Tudo o que vê é um reflexo da minha alma.
Então como pode dizer que não me conhece?

Você que tantas vezes tocou minha pele
Como pode não sentir a emoção fina que dela emanava?
Você que tantas vezes mergulhou em meu olhar,
Como não percebeu as ondas de sentimentos que ele revelava?
Seus lábios que tantas vezes os meus beijaram
Como não pode perceber quantos desejos eles lhe sussurravam?

O erro foi meu que sempre me mostrei a flor da pele?
Ou você, que superficial, nunca me tocou além da superfície?
Nunca me sentiu, nunca me teve.

E agra depois de tanto tempo, consigo perceber a quão ingênua eu fui,
Ao despir-me de você percebo que nunca o tive
Que apenas eu senti
E que sua frieza não era medo do amor, receio do novo ou velhice prematura.
Aquela frieza não era passageira,
Aquela frieza era você, era um reflexo de sua alma.
Mas eu vivi a historia, eu senti você, e talvez por isso eu sentisse tanto
frio naqueles dias quentes de verão.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Voo Alto

E se todos os sentimentos calassem
Mais viva minha alma seria
E livre por ai sairia
Reclamando os anos que as neuras lhe roubaram

E se um dia meu coração se acalmasse
Mais doce e leve eu ficaria
E se tentasse voar, conseguiria
e perseguir os sonhos, mais fácil seria.

sábado, 27 de junho de 2009

Silêncio

Vivi tanto, em tão pouco tempo, e com tamanha intensidade,
que a urgência desfez-se.
Passou a necessidade de ser vulcão, de ser tempestade, de ser furacão,
E quase gritando.. calo-me
Retraio, os músculos e o os modos.
Contenho a língua e dispenso as palavras
Apenas sinto
E encharcada de sentimentos
Transbordo
Ando na borda do mundo

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Menino

Pra que essa mascara?
Arranca isso menino, abre o peito, a alma e se joga..
Eu juro que te seguro.
E mesmo que não te segure...
te asseguro que o tombo é menos feio que seu esconderijo.
Não tenha medo menino, estou aqui para lhe consolar, esqueceu quem sou?
Não olhe para trás menino,
deixe o passado no seu lugar e aprecie o presente que o presente te deu.
E quando dias nublados como hoje lhe incomodarem...
Feche os olhos menino,
eu guiarei teus passos, ouvirei teus problemas,
terás meu colo para chorar e meu ombro para descansar.
Fique atento menino, meu coração não é de brinquedo e já é todo seu.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Medo

Dá medo
Medo de voltar e medo de ir em frente
Medo de pensar em quem eu sou
Medo de realmente me entender
E medo de ver o que já fui capaz de ser

Medo de não ser aceita por voce e de não aceitar-te
Medo de que as ondas do mar um dia não levem mais minhas lagrimas
Que não lave mais a minha alma

Medo de que a noite seja cada vez mais escura
Ou que o sol ao brilhar me cegue
Medo de que um dia o amor se negue
E que a juventude seja algo distante
Tanto quanto o descanso prometido da velhice

Medo que a cabeça não pare de doer,
Que o sono não venha mais
Medo do relogio, que congela a má hora
E que faz o tempo correr qdo deveria parar
Medo do que virá, do que viria e do que não foi.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Vida Errante

Prefiro continuar errante a me entregar frustrada,
E não, não lhe contarei meus segredos, pois não estás preparado para ouvi-los.
Você simplesmente não entenderia,
Você simplesmente não entende.


Não entende que a vida passa,
Que a porta não se abre mais de uma vez,
Não entende que a noite, na dança com os astros, tudo é mais belo,
E que ao amanhecer todos os pecados serão perdoados.

Pois não há pecados, não há perdão,
É só a vida, passando
Enquanto você assiste tristemente sua juventude ir embora,
Achando que é imortal,
Achando que esses seus conceitos que lhe privam ate mesmo o ar, lhe darão o paraíso e a eternidade,
O paraíso é agora, é aqui.
E eternos serão os momentos que guardaremos na lembrança.

Eloisa Regina Eckhoff

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Tempo

Paciência é uma virtude,
Você sempre me dizia,
Porém é algo que eu definitivamente não possuo.
Não consigo esperar a tempestade passar,
Eu me jogo mesmo sem guarda-chuva.
E que caiam os raios, mas lave a alma,
Purifique.
No calor do momento tudo é mais intenso, dói mais,
E talvez por isso eu ache que a experiência seja mais válida.
Doa o que tenha que doer, doa na hora,
Dê a cara à tapa, dê o tapa na cara.
Mas não se esconda atrás do tempo, que passa,
Mas que não ameniza nada.

Eloisa Regina Eckhoff

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Vida Boemia

E quando a noite cai
a vida começa
Vamos todos pro bar
E que se inicie a grande festa

Feche os problemas na gaveta,
Tranque a melancolia no armário
Quem nasceu pra boemia
Não faz papel de otário

Ande, sacode estes sonhos já desfeitos,
Venha, aceite meu convite pra orgia,
A noite é uma criança,
Garanto: não te arrependeras no outro dia.

Eloisa Regina Eckhoff

segunda-feira, 4 de maio de 2009

E o amor ....

E o amor mudou de cor,
Pises com cuidado no terreno do amor,
Sussurres as palavras,
Desfaça as urgências,
Ame com leveza
Não apresse,
Aprecie.

Eloisa Eckhoff

sábado, 2 de maio de 2009

Cansaço


É só cansaço,
Só vontade de ficar quietinha por um tempo,
Por hoje me deixe aqui deitada
Apague a luz e os problemas

Por hoje me deixe aqui sozinha
Protegida pela cortina fechada,
Pelo sono tranqüilo
Pelo coração quieto

Mas quando a noite chegar
Venha ficar comigo
Me de sua mão e afaste meus medos
Mostre-me que não é preciso temer
Que você estará ali
Junto com meus deuses a velar meu sono
A olhar por mim

Eloisa Eckhoff

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O encontro

Quando os olhos se encontram,
A boca se cala,
Não é necessário falar,
Ouvir, nem mesmo sussurrar.
Não é necessário mais nada,
pois tudo se sente,
tudo se compreende
No simples encontro das mãos.
E quando os braços abraçam, não prendem,
pois aprendem que o que é livre, entende...
e que isso é amor e é latente